terça-feira, 28 de outubro de 2008

ela se sentiu nua no meio da avenida. quis acender um cigarro.o cara implicou, não tinha isqueiro nem queria ter, não fumava.implicava com tudo o que ele achava que eram vícios. o que ela estava fazendo ali? pra que se despir pra quem não sabe ver? pensou no livro de Goethe que estava lendo, não afinidades não.... solos, solos eletivos, é isso. Farenheit 451, lembra? Truffaut é datado,é cult? que merda. ela amava ler. de novo a sensação de ser um patinho feio. cadê os cisnes? ( gritava por dentro) vou pra casa (decidiu) e foi. saltou no coletivo, amava a palavra coletivo, expressava mais,coração batendo 180 BPM, evaporou muito antes de começar a suar, botou o óculos enorme pra disfarçar o olhar gritante,sem século, mas quem é aquele homem de gravata se derretendo todo praquela gorda? hmm, esse perfume tá enjoando, gulp, lembra aquele banheiro de estrada,o cheiro da infância interrompida.o que é mais forte pra lembrança, cheiro ou som? não aguento frustração, não combina com gente, ai, que saco... o eterno passado num presente que não se mexe...o cobrador fala alto com o motorista, só aqui mesmo uma cena dessas, não quero ouvir esse papo sem nexo letras amontoadas aos berros. coletivo de letras é palavra? e o que mais? chega! minha vida é uma frequencia,que canal é esse? será que é muito sofisticada?
Afinidades Eletivas

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